No primeiro semestre acabei tendo três disciplinas obrigatórias (teoria da comunicação, oficina de comunicação escrita, teorias do jornalismo) e uma optativa. Escolhi para esta o curso de comunicação e contemporaneidade, mesmo nem sabendo do que se tratava. Tudo bem, adoro aventuras! Principalmente quando tem o nome contemporaneidade no meio, adoro essa palavra. Eu me sinto tão pós-modernista! Estou à frente das idéias de Mario de Andrade e Pagu...
Deixando de sonhar, sabendo que na realidade fria e triste eu já estarei no final do ano implorando aos céus para me formar logo, espero realmente que jornalismo seja o que eu desejo.REALMENTE. Minha vontade de ser jornalista foi alimentada cada vez mais pelas minhas leituras de Franklin Martins, Zuenir Ventura, Millor Fernandes, entre outros jornalistas que viveram a época do "jornalismo como cachaça". Segundo André Setaro, um grande professor da FACOM (espero que a matéria optativa dele prevaleça no segundo semestre), as redações tiveram profundas mudanças em comparação aos seus anos áureos. Transcrevo o seu depoimento:
"Se antes, tínhamos o barulho das máquinas de escrever, o do papel sendo retirado com estrépito, rasgado, jogado na cesta de lixo, os pedidos, em alto e bom som, para o arquivo de fotografias, entre outros elementos constitutivos do 'vozerio redacional', hoje reina um silêncio hospitalar, com os computadores enfileirados e os jornalistas calados, frente a eles, digitando matérias".
Será que as redações movidas pelo amor ao jornalismo foram realmente substituídas pelo pragmatismo editorial? Será que o papel jornal cada vez mais em extinção, se cansará da concorrência e se tornará definitivamente em luz de monitor? Sinceramente, são as coisas que mais temo. Não sou uma pessoa tradicionalista, mas as vezes me pego sendo saudosista de uma época que eu nunca vivi. Uma época em que furos de reportagens eram feitos de revoluções e não de escândalos políticos. Onde a imprensa era a principal arma de combate a ditaduras, e não formentadoras de fins de democracias. Assim como Marthin Luther King e seu discurso "I have a dream...", eu tenho o sonho de que o jornalismo seja de total interesse público e que parcialidades e politicagens não influencie mais nas notícias. Espero.
7 comentários:
Sinto tanto orgulho de vc, Marie. Sempre te vi como uma jornalista e sei que vc vai amar o curso. Vc não poderia fazer um curso melhor de jornalismo do que na UFBA (pelo menos aqui na Bahia ne? *risos*).
Vc será a minha nova Zuenir Ventura (adooooro ele!) do século XXI. Lute para não ser UMA jornalista, mas A jornalista. Porque eles se tornaram e sei que vc também pode.
Te adoro amiga e torço pelo seu sucesso sempre!
Desejo sucesso pra você Marie, todo o sucesso do mundo mesmo.
E que você realmente pegue um campus decente da UFBa, embora eu tenha chegado à conclusão que o problema todo talvez não seja nem o campus - afinal, a EBA tá sucateada, mas não TÃO sucateada em comparação - mas sim a mentalidade da UFBa de "estou fodendo pra vocês, se virem".
Tem quem goste, acho, mas eu pessoalmente vivo as duas realidades - e na UFBa não me sinto num ambiente acadêmico de produção de conhecimento, e sim num pardieiro onde eu luto pra sobreviver.
Mas enfim, sou só eu, né?
No mais, menina corajosa que vai fazer jornalismo nesses tempos ingratos, mais uma vez sucesso. (;
Saudosismo de uma época que não viveu, o mal de nossa geração. Alguns de nós, creio que não tu, às vezes procuraram nos situar dentro de uma espectro de escória entre as gerações, principalmente quando compararam as supostas eras áureas de nossos antecessores contemporâneos ao regime militar de 1964, em que alguns movimentos foram massacrados em pontos de nossa pátria. Não vejo para quê ter esse saudosismo. Nossa geração está inserida em uma possibilidade maior de democracia e deve utilizar o contexto para fazer sua própria história, em vez de ficar-se comparando a tempos cujo contexto é tão diverso do nosso.
O silêncio hospitalar parafraseado pelo mestre André, pode ser mais um reflexo da informatização de nossa sociedade. Os diálogos ainda podem permanecer dentro da clínica editorial, porém substituindo a vocalização pelos textos dos diversos protocolos abreviados, ou não, que permeiam nossa sociedade: MSN, ICQ, Jabber, Gtalks, etc. Esse silêncio me agrada... só o cheiro de hospital é que me aborrece.
Ademais: boa sorte em sua decisão e no curso na famosa (ou seria infame?) Faculdade de Comunicação de nossa respeitável Universidade Federal da Bahia. Espero que obtenha sucesso em sua escolha.
Mas não poderia terminar o meu longo comentário com uma pequena observação: "parcialidades"... quando eu li o que escreveste, procurei entender que está criticando o tendenciosismo espantoso das criticadas grandes mídias. Se for, concordo. Porém, caso queira dizer que uma mídia respeitável seja aquela imparcial e meramente informativa, duvido que seja sua verdadeira intenção, e se for, não vejo viabilidade desta proposta.
Não, Sam, falei das Vejas da vida mesmo... Me agrada aquelas que fingem serem imparciais, mas são (carta capital e istoé que o digam, rsrs...).
Ah tah :D
Contribua para que não culminemos na dominação do monitor... particularmente, não tenho muita pacicência para ler coisas no computador e meu blog só existe mesmo porque um amigo o fez, rs
Por sinal, sempre escrevo a mão o que depois transcrevo... minha concentração frente a um monitor é péssima.
Bem, sou de Química e acho que minha área aqui pela UFBA não pode te ajudar muito... fora, tenho a revista.
Bom semestre moça;
Fabrício
Jornalismo é uma cachaã. É sacerdócio também. Não se faz jornalismo como antes, porque não se FAZ jornalismo. Com todas as coisas que trascendem, este é... fudingo de definições e, assim, sendo crescente, auto-reconstrutor, Shiva e Dharma em harmônia cósmica. Jornalismo é paixão. Jornalismo é dom. E é hoje o que nos faz ver o dia em tons de azul mais azuis. Delicia poder dizer que eu curso Comunicação - Jornalismo, na Facom e que, nos próximos quatro longos anos, vou dividir coisas contigo.
Prazer conhecer!
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