segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Quero a leitura do ócio

Há certos tipos de escrever que sinceramente me irritam. ODEIO ler mais de duas vezes e não entender. Não entendo se a minha incompreensão é devido a burrice minha ou por problemas de tradução do texto. Ou também, porque simplesmente tal intelectual não sabe escrever. Sinceramente, eu poderia dispensar tal leitura que tanto me incomoda, se não fosse a minha vontade de aprender.
Consideramos grandes intelectuais do séculos aqueles que nos retiram do obscurantismo intelectual e nos colocam em um nível de pós primitivismo mental. Claro, só eles mesmos acham isso. Seja colocando frases de efeitos como forma de participarem de um maior número de dissertação possível nos textos acadêmicos ou, simplesmente, opinando sobre determinada vida que nunca viveu (duvido que Marx tenha saído de seu conforto acadêmico para administrar uma máquina enquanto escrevia suas emocionantes análises das condições proletárias). Em um semestre de faculdade, já me irritei bastante com leituras obrigatórias de certos intelectuais. Eles não faziam mais do que escrever inferências baseadas em seus achismos, sem dados estatísticos ou pesquisas de campo direcionadas que comprovem seus argumentos. Ops, deculpa, esqueci-me de que o trabalho prático desprestigia o louvor intelectual. Estou na Grécia Antiga e não sabia.
O pior de tudo é quando leio um Mauro Wolf da vida e um Traquina e suas compilações totalmente prolixas, que devem ser feitas apenas para mostrar o quanto sou burra de não entende-las. Claro, ninguém nunca vai admitir que pegou um Wolf e tentou se jogar pela janela com aquelas frases em que o sujeito é esquecido no meio do caminho. Acho que é até meio vergonhoso alguém dizer que não está entendendo o que um intelectual, que se esqueceu das aulas de português da escolinha e acredita piamente que uma frase equivale a um parágrafo, está escrevendo. Porém, vamos considerar um pouco que Wolf e Traquina são ambos portugueses, e a confusão já está intríseca na língua. Pior são os brasileiros, que adotam a mesma maneira de escrever e acreditam que estão bombando. Quanto menos você entende, babe, melhor. Textos jornalístico são para fracos.
Eu prego, sinceramente, por um português descomplicado. Não suporto mais essa vertente arcaica do português. Mas, sinceramente, estou reclamando de barriga cheia. Quanto mais esses malucos com suas dissertações mal escritas aparecem, mais trabalho eu tenho para descomplicar à população. Obrigada, queridos acadêmicos pendantes, por manterem a minha profissão. Amém