quinta-feira, 28 de maio de 2009

Mil desalojados dividem 4 chuveiros em abrigo sem latrinas no Maranhão

Instalados há quase dois meses no Parque de Exposições do município de Bacabal, no Maranhão, mais de mil desabrigados pelas chuvas no Estado ainda são obrigados a dividir apenas quatro chuveiros improvisados e usar buracos cavados no chão como latrina.

Por todo o parque, é possível encontrar lixo e fezes na grama. Alguns desabrigados cavaram buracos no chão de cocheiras desativadas, que foram transformadas em latrinas improvisadas.

Segundo a coordenadora da Defesa Civil de Bacabal, Roseane Maria do Nascimento Silva, o município não tem como pagar o aluguel de banheiros químicos, que poderiam ajudar a solucionar o problema.

Apesar da limpeza diária feita por funcionários da Defesa Civil, o mau cheiro se espalha pelas instalações do parque.

Para tomar banho, os desabrigados contam com apenas quatro "chuveiros", na verdade, barracas de lona improvisadas com um cano por onde sai água.

No mesmo local, há uma torneira para lavar roupa e louça, cuja água cai no chão e se mistura à lama, lixo e fezes.

Mesmo assim, nem todos conseguem usar a água da torneira. "Tem fila todos os dias. Para lavar roupa, é preciso esperar horas", diz a dona de casa Ana Lúcia Ferreira da Silva, de 24 anos, que há um mês vive no parque com o marido e três filhos.

Desabrigados estão há quase dois meses em Parque de Exposições

As primeiras enchentes deste ano em Bacabal ocorreram no início de março. Desde então, famílias obrigadas a sair de suas casas pelas chuvas começaram a ocupar, por conta própria, espaços privados como o parque.

Hospital

A falta de condições de higiene não é exclusiva do parque de exposições. Em um hospital abandonado perto dali, famílias numerosas se aglomeram em cubículos, dividindo espaço com os poucos móveis e utensílios que conseguiram salvar das águas.

No pátio interno, os desabrigados lavam roupa em uma pia quebrada. Lama e dejetos se espalham também pelos corredores e salas, usados agora como casas.

Corredores e salas de hospital foram transformados em casas

Segundo a Defesa Civil, as mais de 4,7 mil pessoas que ocupam os 54 abrigos da cidade e os outros 5,6 mil desalojados hospedados com parentes ou amigos deverão esperar a chuva passar e o nível do rio Mearim baixar para que possam voltar com segurança para suas casas.

Muitos deles, porém, tiveram suas residências totalmente destruídas pelas águas, e terão que permanecer por algum tempo nos abrigos antes de encontrar um novo lugar para morar.

Retirado do site da BBC Brasil


Eu sei que vou escrever algo que todo mundo sabe, mas cadê a Veja e as outras revistas de grande influência no Brasil pra fazer capa disso (como fez nos casos de desmoronamento e enchentes no sul)? Cadê o estado do Maranhão para dar auxílio financeiro ao munincípio?Eles estão há dois meses! Pior de tudo é o sentimento de impotência...

2 comentários:

Samory Santos disse...

Nordeste não existe no mapa da Veja, pô ¬¬'

Gabriela (Bee (: ) disse...

Tia Bee vira pro pai da tia Bee esses dias vendo de relance a tv que o pai da tia Bee estava assistindo.

"Pai, cê já reparou que quando tava tendo enchente no sul, todo mundo falava o tempo todo que Santa Catarina isso, Santa Catarina aquilo? Agora que tá acontecendo no Nordeste, ninguém fala nada"

"Nordeste não dá ibope, minha filha."


E esse diálogo é verdadeiro.