quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Diário de viagem incompleto de Maria Garcia (Peru)

Agradeçam a Samory por eu estar colocando isso

SP/Lima - 5 horas de vôo tranquilo. Porém a estadia me pertubou um pouco: dormir seis horas no hotel custava U$ 20! Por mim, ficaria no aeroporto esperando o próximo vôo para Cusco, porém estava junto com a minha tia.
Lima/Cusco - Ficamos parados quase 3 horas no avião em Lima, alegando ser problema de "pouca visibilidade da pista de Cusco devido tempo marginal". Não sei se era verdade, pois antes da notícia ser dita aos tripulantes, o motor do avião se comportava de maneira suspeita, fazendo barulhos estranhos (diga-se; dando piti).Apesar de, na decolagem, eu ter aclamado forças cósmicas para o bendito avião não cair (o que aconteceu, óbvio), foi uma boa viagem. Deu para ver os Andes, são belos.
Cusco - O frio não era muito, mas era frio. A altitude não era tanto, mas era alto. Compreendem-se tais frases pois, tais fatores trouxeram impacto no começo, mas não tanto. Meu pulso só ficou mais forte, fiquei um pouco com falta de ar e o meu mundo as vezes ficava mais rápido. Era o ânimo de estar perto do Oceano Pacífico (e nem tão perto).Tomamos Chá de Coca no hotel. Digam a Brisa que não fiquei viciada, o efeito foi até o oposto. Na metade da viagem já não aguentava mais mastigar folhas de coca ou tomar chá nos desayunos. Os peruanos pareciam com os brasileiros: são simpáticos, ficam insistentemente enchendo saco dos turistas para estes comprarem seus produtos e deixam seus filhos pequenos fazerem o trabalho por eles. Só não falam muito alto. O taxi era mais barato, porém, por não ter taximetro, o taxista cobrava certa quantia quando entrávamos no carro e outra quando saíamos. Por isso só usávamos taxi para emergência. A comida é muito boa (sopa de quinua, cebiche de
truta, o famoso drinque Pisco Sour, mais de 400 variedades de batata, choclos, picarones, creme de zapallo...). Os melhores restaurantes custo-benefício foram o Jack's café e a granja Heide, ambos perto do nosso hotel, na cuesta San Blas. Antes de irmos a trilha Inca adentramos na noite de Cusco. A balada internacional do Mama África foi a melhor opção. Conheci pessoas do mundo todo, inclusive do Brasil. Eram jovens, bonitos, e dispostos a fazer a trilha Inca que nem a gente.As músicas que tocavam eram conhecidas por todos... menos por mim.Dica de Cusco: O templo do sol é imperdível.

Vale Sagrado - Em Cusco, estávamos com horário marcado de acordo com o city tour que contratamos.Entramos no ônibus e ouvimos informações do guia sobre o Vale. As palavras são estranhas, pois podemos utiliza-las tanta para ufanizar algo quanto para secar os sentimentos. Neste caso, a secura de minhas palavras não diz metade da beleza do lugar. Nem as fotografias. Elas são bonitas, porém não aguça os outros sentidos. Ás vezes nem tem alma. Quando os turistas tiram fotos eles ficam tão preocupados em recordar-se do lugar que se esquecem de vivê-lo. Posa pra foto e vai embora. Eu senti um pouco isso, até de mim que não faço isso muito. Pode ser até ruim ter uma câmera boa nessas horas.Nas ruínas das civilizações peruanas antigas (mais dos Incas), o guia disse um pouco dos Incas, das construções estrategicamente localizadas como forma de orientação a partir dos solstícios do sol e das estrelas. Assim eles marcavam a época da plantação e colheita. Em Pisac, conhecemos o local onde os Incas usavam como sistema de ventilação da comida estocada e, assim, conservava-as. O pôr-do-sol, entre as montanhas de neves eternas foi lindo. Desculpa, babes, vocês necessitam fazer o "sacrifício" de irem lá para saber.
Trilha Inca - Saímos cedo, arrumamos nossas malas e entramos na van da agência que contratamos para fazer a trilha (a trilha deve ser feita apenas junto com uma agência). No primeiro dia andamos quase 11 km. No segundo dia subimos umas 4 horas até 4200 metros de altitude e depois descemos mais 1 hora e meia no meio a chuva de granizo. No terceiro dia já começamos a ver ruínas de construções Incas que outrora tinham a função de postos de controle.A paisagem é linda demais.As vezes eu sentia que os resquícios do colonialismo ainda existiam... impressão minha,não?
Machu Picchu - Quando cheguei na porta do sol ainda estava nublado. Só fui perceber que estava dentro de Machu Picchu quando entramos no posto de entrada. A energia que eu senti na hora me fazia esquecer das palavras. Andava lento, não me importava mais com ninguem, só comigo. Minha tia e minhas primas correram para entrarem na fila que dava acesso a WaynaPicchu. Eu não fui, preferi ficar sozinha.Depois descobri que WaynaPicchu era aquela famosa montanha que aparece em fotos turisticas de Machu Picchu. Não me arrependo de não ter ido, mas próxima vez que for quero subir lá.Em Machu Picchu havia muitas lhamas e, segundo Dalia (nossa linda guia peruana), eram almas dos antigos incas que lá habitavam e que reencarnaram em Lhamas para continuarem na cidade.Eu me encontrei com alguém muito especial. Do jeito que eu estava desarrumada, quatro dias sem tomar banho, nem sabia onde colocar a cara.Mas nem precisava me importar com isso, só percebi depois. Só espero que esta pessoa esteja lendo isso agora, era tudo que eu queria. Pegamos um ônibus para Águas Calientes, uma cidade perto de lá. Foi nessa cidade que soube que passei na UFBA.Gritei tanto que peruano do lado se irritou, quer dizer que o grito foi animado.Correspondeu ao meu dia, até a noite passar...

A segunda fase da viagem eu não tenho anotado. Estou com sono e escrevo depois, a partir das minhas memórias. Isso se Samory gostar da primeira fase, rsrs...
Galeria de fotos da viagem